O bobo da corte

Bobos eram os "funcionários" da monarquia, contratados para fazer reis e rainhas rirem. Podiam criticar o Rei sem correr riscos. O bobo teve origem no império romano-bizantino. No fim das cruzadas tornou-se figura comum nas cortes européias. O desaparecimento ocorreu durante o século XVII. Existem sinônimos: jogral, bufão, truão, curinga, palhaço, pierrot, ou, simplesmente, bobo. Vestiam uniformes espalhafatosos, com muita cor e chapéus bizarros com sinos e guizos amarrados. O bobo da corte divertia o Rei e a corte. Declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento e era o cerimoniário das festas. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de dizer ao Rei. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, revelando as discordâncias íntimas e expondo as ambições do Rei. Muitas vezes se tratava de um deficiente físico (aleijado, corcunda), e em algumas se tratava de um anão. Houve na História casos de bobos da corte que se envolveram com integrantes da família real. E até um caso que acabou em tragédia, no século XVI na Espanha, quando o bobo da corte foi assassinado depois de se envolver com a princesa. Entre os antigos, para divertimento da classe mais abastada e poderosa, esses indivíduos pitorescos eram tão procurados que foi necessário instituir um mercado especial para esse gênero de negócios, um mercado de bobos. Na hora das refeições, apos as dançarinas, os macacos incríveis e os tocadores de harpa, o "bobo", vindo da Ásia Menor ou da Pérsia, fazia sua entrada ridícula, saudado pelo riso dos convivas. Na Idade Média, não havia um só castelo em que a silhueta caricatural do bobo não surgisse entre as rendas e os brocados. As cortes reais e as cortes feudais lutavam pela posse do bobo mais feio, mais deformado e emissários eram enviados aos quatro cantos do mundo conhecido em busca desses fenômenos humanos, para distração dos poderosos.


O Senhor é meu Pastor!